quarta-feira, 27 de julho de 2011

Como surgiu o Instituto P.A.R.E


Durante cinco meses percorri a floresta Amazônica na parte oeste do Pará e, em contato com várias pessoas envolvidascom o tráfico de animais silvestre, de madeira, verifiquei adestruição ocasionada pela ganância do homem. A falta de informação e das condições econômicas dos moradores locais torna-se alvo dos ambiciosos que compram esses moradores por irrisório valor o produto retirado da floresta.
Fiz várias visitas às comunidades de diversas etnias e, emcontato com traficantes constatei como funciona o tráfico dos animais silvestres, os meios de transporte utilizados e as pessoas que trabalham na captura dos mesmos. Os captores são os cablocos, moradores da regiã, que conhecem muito bem como andar na Floresta em busca dos produtos que são a cobiça dos criminosos,
Apesar de todo esforço feito pelos órgãos competentes, pelas organizações não governamentais em combater a ação desses traficantes, é muito difícil essecontrole, isto porque, a grande extensão territorial, a falta de recursos, de profissionaiscompromissados, e o conhecimento que o caçador (morador) tem da floresta ajuda a lubridiar as autoridades
Diante de toda esta devastação senti-me culpado e conivente com tudo aquilo que estava acontecendo em minha volta, tinha o dever de fazer alguma coisa pela floresta Amazônica, pela nossa natureza e pela biodiversidade que estava sendo destruída.
Através dessa pesquisa foi possível perceber áreas muito grandes de queimadas feitas por madeireiros e pecuaristas que, devastam a floresta de maneira desumana e incompreensível, matando aos poucos a riqueza de nossa exuberante floresta sua fauna e sua flora.
O contato direto com a grande biodiversidade da Floreta Amazônica é fascinante, capaz de fazer surgir sentimentos de deveres e de luta em sua preservação. A luta em prol da educação, da orientação e da preservação urge, para que as populações locais conheçam o valor de nossa biodiversidade, e possam viver da sustentabilidade que a natureza possa lhes oferecer, sem destruí-la.
Obs. O caboclo amazônico tem um conhecimento empírico da região, ele sabe quando vai chover, se vai haver enchente, que vegetal e bom para os males da região etc., no entanto, ele precisa conhecer a importância que esses vegetais e animais tem para a preservação da vida
As pesquisas revelam que a devastação das áreas verdes, ocorre com freqüência redobrada nas regiões mais pobres, isto porque as populações  menos privilegiadas destas áreas têm como fonte de renda a exploração abusiva da mata, que se torna prejudicial à natureza, devido à falta de informações e conscientização.
O governo tenta encontrar soluções para a pobreza da região amazônica, através de soluções simplistas, ou de proporções faraônicas, que acabam por aumentar apenas a manutenção da miséria.
A burocracia do governo de colocar em prática projetos eficientes e ecologicamente corretos, no sentido de desenvolver um trabalho para que as comunidades possam viver na floresta sem destruí-la é um entrave. É cada vez mais intensa a retirada de madeira clandestina, o tráfico de animais silvestres,o envenenamento dos rios pela ação dos garimpos e pela população ribeirinha sem saneamento básico.
É assustador ouvir uma árvore cair dentro da floresta, o barulho é ensurdecedor, pois ao cair levaconsigo outras árvores presas a ela por cipós, afugentando e matando pássaros, macacos e outros animais.
Com o pretexto de fazer progredir a região, abrem-se estradas que retalham a mata, ignorando o desaparecimento das diversas espécies que vão morrer, incentivam a cobiça dos grandes pecuaristasque abrem mais espaço em áreas impróprias para a criação de gado. Temos um dos rios mais caudalosos do Brasil, porque não incentivar e criar a maior hidrovia da região e com isso preservar a floresta. A ineficácia dos projetos sustentáveis durante a ocupação da Amazônia contribui para a atualdegradação
Como parece não haver perspectivas, de que o governo venha implantar a curto ou a médio prazoprogramas de recuperação ambiental, social, fiscalização eficiente e projetos de sustentabilidade. Parcerias e uniões devem ser feitas com o objetivo de defender e preservar nossa floresta, e dar apoio às comunidades locais, com orientação de como usar a sustentabilidade da floresta para suprir suas necessidades, sem devastá-la. Se não forem tomadas medidas para que venha coibir essa destruição,existe possibilidade de acontecer com a Amazônia, o mesmo que aconteceu com a mata Atlanta, um dos piores exemplos da destruição florestal.
Todas as informações e conhecimento que colhi durante esse meu trabalho, me revelaram o quanto somos egoístas, individualistas e sempre culpamos alguém por tudo. A destruição de nosso planeta é alarmante, no entanto, uma minoria se preocupa realmente com essa situação, temos muitos discursos, muitas promessa que são engodos com o objetivo de camuflar o real interesse desses discursos.
Sensibilizado e amante da natureza que sou criei o Projeto Ambiental de Recuperação e Educação, hoje P.A.R.E. Este projeto esta inserido no compromisso de informar, orientar, de buscar parceiros que estejam compromissados com a vida, que busquem engajar na luta outras pessoas e com isso formar uma sociedade consciente da necessidade de preservar  não só a Amazônia, mas todo o Planeta Terra.
Sei que muitos podem me achar louco, talvez até seja por acreditar que juntos podemos fazer a diferença, é só assistir aos noticiários é presenciar quanta maldade, pela ganância do poder econômico, a natureza sofre. A Bacia Amazônica é a maior reserva de água potável emersa do mundo, se destruirmos nossa florestas é o fim, logo, reflita e venha  fazer parte desse exército sem armas e sim com informação, educação, com idéias de um mundo melhor para nós e as gerações futuras.

por: Helio Costa